Promotor
Câmara Municipal de Beja
Sinopse
Em “Insónia”, Fernando Mendes estará a solo e encarnará na pessoa de Custódio Reis, um
vendedor de vinhos e licorosos, que vive com a corda no pescoço. Tanto financeiramente, como
familiarmente. É o comum português de classe média, que vive afogado em dívidas e créditos.
Custódio encontra-se à beira do divórcio. A mulher, Sónia, esgotou de vez a sua paciência para
com um marido que é cada vez mais um falhado e um tipo sem rumo ou grandes objetivos de
vida para além de comer, beber e dormir.
É um marido ausente e um pai ainda mais. Não tanto por falta de amor, mas mais de energia…
Custódio sente-se cansado, pesado e sem paciência. A única ginástica que faz é financeira e a
pouca pachorra que ainda vai tendo é para o trabalho. Toda a vida foi vendedor, das mais
variadas coisas. Hoje em dia, vende vinho, mas, na verdade, é quase tanto aquele que bebe
como aquele que vende. Até gosta do que faz e acha-se entendido em vinhos, não o sendo
verdadeiramente.
É, em boa verdade, um tipo sem grande profundidade intelectual e sem grandes teses
filosóficas. Por sua vez, é desenrascado e tem lábia de vendedor. O típico português de café que
fala de tudo sem dizer quase nada.
Certa noite, Custódio, que sempre teve preguiça de pensar muito na sua vida, pára para pensar
e ao contrário de passar a noite a ressonar, como é seu hábito, não consegue dormir. Tem uma
terrível insónia. Uma insónia onde vai questionar tudo na sua vida e tentar encontrar soluções.
Só que, por mais que grande parte dos seus problemas tenham soluções óbvias, para um homem
que foi toda a vida assim, a mudança não parece fácil.
Assistimos, então, a uma hilariante crise interior pela qual, em tempo real, Custódio vai passar,
na tentativa de alcançar a paz de alma necessária para que volte a conseguir dormir.